segunda-feira, 30 de junho de 2008

Dia 29: Tallinn

Cheguei bem cedo no dia em Tallinn. As indicacoes do hostel nao era das melhores, tambem nao foi de muita ajuda a informacao no aeroporto. Peguei o onibus e fui para o centro, demorei um pouco a achar o albergue, ja que nenhum mapa q eu tinha compreendia toda a cidade.

Achei por fim o albergue, a primeira coisa q notei foi um aviso. Nao entre de sapatos. O q eh isso, um albergue ou um templo japones ????

Entrei mesmo assim. O albergue tem quartos pequenos mas areas comuns enormes, me lembrou o albergue em Sofia. Arrumei minhas coisas e parti para a cidade. Normalmente o roteiro turistico de uma cidade da pra matar em meio dia. Conhecer a cidade de verdade eh q toma mais tempo.


Essa viagem nao para de me surpreender, eu ja andava cansado de tanto mudar de cidades. Qdo conheco um pessoal, ja eh hora de mudar. Mas Tallinn me agradou mto !

Tallinn ainda eh mto medieval, pelo menos a parte velha. A cidade tem mais de 2 Km de muro de protecao, o que eh bem legal. Comecei pela parte alta da cidade, onde viviam os dinamarqueses. Alias, essa terra ja foi dominada por dinamarqueses, suecos, alemaes e russos. La eu vi o parlamento, a igreja ortodoxa, uma catedral e vistas interessantes para a parte baixa da cidade.


Desci para procurar um museu sobre as muralhas, estava fechado segunda. Depois fui buscar o museu da cidade, q tb estava fechado. Resolvi almocar, panquecas enormes recheadas. Nada tradicional, mas encheu o estomago.

Continuei pelos pontos turisticos, como a praca central, as 3 casas chamadas de tres irmas, q um pai prometeu dar a cada uma das tres filhas para q servisse de dote qdo casassem. A casa da prefeitura, a igreja central. Enfim, um mundo de construcoes antigas.

Resolvi me inscrever num passeio de bicicleta para conhecer o lado de fora da cidade. Eh uma boa oportunidade para ver a cidade de verdade e para conhecer alguem local. Fiz hora ate as 4 e por fim fomos ao passeio.

Comecamos na parte de dentro, visitamos o mercado russo, antigas construcoes sovieticas para moradia, o porto e a estrutura q durante os jogos de 1980 foram palco das competicoes nauticas, a velha prisao e o predio onde a KGB mantinha um escritorio para interrogar e depois de julgar, mandar as pessoas para os Gulags (versao russa de campo de trabalho forcado, normalmente uma sentenca de morte).

Conversando com o guia percebi q aqui a rivalidade talvez seja maior q na Letonia pela proximidade. Os russos estao em grande numero aqui, mas estam restritos ao leste. O governo fez uma serie de leis para garantir a soberania do povo da Estonia. Para vc servir em algum posto do governo precisa prestar um exame na lingua nacional e assim provar sua proficiencia. Eu sinceramente concordo com a atitude, tendo em vista q os russos ja tem a Russia.

Escutei uma frase muito boa. "Para os paises balticos, a 2 guerra mundial terminou em 1991". Eh realmente pesado ne, e comeco a ter uma simpatia pelos "mais fracos".

Depois fui comer num restaurante medieval. Olde Hansa (nao achei a pagina, mas vai ai um link: http://worldfoodieguide.wordpress.com/2006/12/23/olde-hansa-medieval-tallinn-estonia-810/).


Tomei cerveja com mel, eu definitivamente preciso aprender a fazer isso. E um prato de carne de vaca em tiras, cebola desfiada refogada, com um pao diferente recheado com batatas e ainda uma especie de geleia de frutas vermelhas. Diferente de qquer coisa q eu ja comi, e MTO BOM !

Numa tirada daqueles de mestre resolvi mudar o roteiro, e amanha estou indo visitar Helsinque, na Finlandia ! Vou e volto no mesmo dia e durmo de volta em Tallinn !

Ah, uma coisa q nao falei, todos os carros aqui andam de farol ligado. Mesmo q de dia, eh lei !

Dia 28: A cidade de verdade

Sempre gosto quando faco algo tipico do lugar. Acordei perto do meio-dia e tinha a possibilidade de ir a praia. Acabei nao indo com o pessoal do albergue pq a previsao era de chuva, isso me havia dito um dos peruanos. Mesmo o dia estando bonito em Riga.

Ja que nao ia para a praia, resolvi dar a volta na cidade nos lugares q eu mais gostei. Comecei pelo mercado, que fica instalado nos bunkers sovieticos. Apesar de nao ter comprado nada achei o lugar mto legal, a combinacao de cores e aromas e ainda o fato de ser utilizado pelas pessoas tornam a experiencia mais verdadeira.



Dali fui comprar algumas coisas no mercado para comer. Fiz o lanche numa pracinha no centro da cidade velha. Qdo viajamos, nos damos o prazer de fazer algumas coisas bem legais e agradaveis, como sentar na praca, ver as pessoas passsarem e comer um sanduiche no sol !

Depois do lanche fui comprar uma camisa de recordacao. Aqui eu notei uma diferenca enorme entre o tratamento das mulheres e dos homens. As mulheres que nos atendem sao gentis e prestativas, ja os caras, sao rudes ate dizer chega. Principalmente nos bares. Eu acho q isso pode ser influenciado pelo comportamento dos ingleses e talvez dos russos tb. Incrivel como os ingleses andam em bandos, inclusive grupo de caras mais velhos na faixa dos 45 fazendo a mesma algazarra q grupos jovens.

As duas vezes q fui interpelado em estabelecimentos tive de me conter pra nao estourar. Nao to em casa, e nao quero arrumar confusao. Mas infelizmente por esses dois incidentes, nao tenho vontade de voltar a Riga. Alias, outra coisa q fiquei sabendo ja aqui eh que a cidade eh um destino do turismo sexual. Por isso o pessoal do albergue me alertou bastante sobre diversos golpes.

Indo para o albergue encontrei a amiga dos peruanos, eles haviam combinado de almocar juntos. E depois iam a praia. Tentei me meter no programa, mas ela pegou meu cel e ficou de enviar mensagem. Bom, entrei no albergue meio aborrecido pq os caras iam a praia e eu nao havia ido por conselho deles.

Fui almocar. Entrei num restaurante italiano onde comi truta e arroz com vegetais. Estava mto gostoso, acompanhando um copo de vinho. Ai foi um lugar q fui bem atendido por um garcom. Voltei para o albergue, e para minha surpresa eles estavam me esperando.

Beleza ! Praia ! Como estava frio, fui de calca e camisa de manga comprida. Praia na Letonia eh assim ! Na verdade fomos a uma outra cidade, chamada Jurmala, que fica a 10 Km de Riga. Fomos caminhando, imaginem a cena, eu de calca jeans e bota, indo a praia. Eu me sentia da mesma maneira como vejo os gringos chegando em Ipanema de jeans tb. A diferenca eh q aqui fazia frio.



Ate q na areia, no sol, nao estava tao frio e tirei a camisa. Caminhamos bastante, e aproveitei para perguntar as 2 amigas dos peruanos (uma se juntou a caravana no meio do caminho) sobre a relacao com os russos. A impressao q eu tenho eh que eles vieram com sua lingua e se negam a se integrar a cultura local. Nao vejo mal algum em que haja pessoas de outros paises, credos, racas e religioes misturados. Mas vc nao pode impor sua cultura por maioria no pais dos outros.

Na parte interior da cidade deu pra ver q muitas casas eram de madeira. Isso eh bem diferente da cultura iberica, com edificacoes solidas. Os ingleses e os nordicos levaram essa tradicao para onde foram, ate nos EUA ainda vemos muito desse reflexo. Na estrada via mto verde, mtas arvores. Achei bem legal o passeio. Ainda bem q eu o fiz. Depois, no albergue, vi a final da Eurocopa e dormi. Afinal, saio cedo demais para Tallinn.


PS: No primeiro dia em Riga encontrei o mesmo brasileiro que havia encontrado na Bulgaria. Coincidencia pouca.
Na foto a seguir, o Ross peruano !

sábado, 28 de junho de 2008

Dia 27: Riga, museu da Ocupacao e tiros no Bunker

Acordei tarde, descansei bem, mas deu pra conhecer bem a cidade. Riga nao eh mto grande, por isso dei uma volta de duas horas e conheci qse toda a cidade.

O centro da cidade eh antigo. Todas as cidades que visitei ate agora tem um centro antigo, normalmente para turistas. A cidade em si, a parte moderna nao eh mto visitada. Isso foi o que eu achei legal na Cracovia. Consegui visitar um bairro proletario que saiu do circuito turistico.

Comecei o dia visitando o mercado central, onde os predios ainda conservam o estilo sovietico. Sao 4 barracoes, o primeiro so com peixes e defumados, o segundo com legumes, mtas vezem em conserva, o terceiro majoritariamente com paes. E o quarto uma mistura de inumeros artigos para turistas e mais algumas lojas de derivados de leite.


Logo depois fui para o museu da ocupacao. A Russia deliberadamente invadiu os paises balticos antes da Alemanha. Estava estabelecido no pacto de nao agressao entre Russia e Alemanha q estes paises ficariam sob a influencia da Russia. A Finalandia, por exemplo, foi invadida com base na invencao de q eles haviam invadido a Russia primeiro.

Ou seja, a guerra chegou la por mentira da Russia. O mesmo aqui na Letonia, assim como Lituania e Estonia. Para estes paises eh dificil saber quem foram pior. Se os russos ou os alemaes. Os EUA nao aprovaram a invasao da Russia destes paises, mas na convencao de Yalta deixaram q a Russia ficasse com o dominio deles.

Churchill falou em 46 que nao era para isso q eles tinham lutado uma guerra. Ta ai o mundo real, cheio de injusticas, dominio dos mais fortes sobre os mais fracos. Nao me estranha nada na pagina de turismo da Letonia estar exposto como condicao de seguranca ela fazer parte da OTAN.

Depois de ver o museu, onde novamente vi dados sobre os judeus mortos aqui (eh, os nazistas chegaram tao longe), fui andar por predios historicos. O portao sueco (ultimo portao da cidade antiga ainda de pe), o parlamento, as tres casas q supostamente sao as mais antigas de Riga. E inumeros predios antigos.

Passei tambem por diversas pracas e igrejas. A cidade eh mto calma, o bairro antigo principalmente. Depois disso fui ao albergue, queria fazer o passeio ao bunker sovietico. Cheguei ao bunker, que fica na parte inferior de um parque ao lado de um posto de gasolina (sera esse um bom lugar para construir um bunker ???).


Desci e vi inumeras armas a venda, roupas camufladas e outras coisas com temas de guerra. Ja comecei a escutar os barulhos de tiro. O cara q me levou, q mal falava ingles, ficou falando uns bons 5 minutos com o pessoal do bunker. Eu percebi q eles ficaram meio complicados por estar chegando somente um cara para atirar.


Mas se tinha algum problema, ele foi resolvido e o cara pediu meu documento. Quando ele leu meu sobrenome me olhou, como q perguntando: - "Vc eh russo ?". Eu ja me adiantei e falei q meus avos eram russos, ele falou q era um sobrenome muito importante ! Sempre nesses paises eu fico receoso de falar meu sobrenome. Eles sabem diretamente q eh judeu. Incrivel como todos na europa ligam para isso.



Aqui nao tive problemas, o cara abriu um grande sorriso e me pediu para esperar um pouco. Depois de 15 minutos me chamou. O programa era o seguinte, primeiro dei tiros de pistola, depois de escopeta e por fim de AK-47 - Magnum.

Nao podia tirar fotos la dentro, mas eu consigo lhes contar como foi. Assim q entrei senti um forte cheiro de polvora, o cara carregou a pistola e me ensinou como fazer. Fiz os disparos. Ja nessa primeira vez acertei peito da mira algumas vezes. Com a escopeta, acertei o olho do cidadao. E com a AK 47 fiz inumeros disparos perto do coracao.

O recuo da segunda sem duvida foi o maior, ja a AK 47 foi a arma de maior precisao. Fiquei feliz de ter feito algo q ja tinha planejado desde o Brasil.


Mas a impressao q ficou no dia como um todo e ainda a impressao de ontem, eh q os caras aqui sao mto rudes, mal educados no trato com as pessoas. Russos e nativos se misturam mas com certa antipatia.

No albergue tem uns ingleses. Esses sao talvez mais idiotas q a imagem q temos dos americanos. Ate agora o comportamento dos ingleses eh o seguinte: eles comecam a beber meio-dia, ficam tomando a tarde inteira, comecam a cantar musicas de esportes, hoje, fortuitamente eles estavam brincando de tirar a roupa. So entre homens. Gente estranha. Depois eles compram mais cerveja, ficam loucos e vao dormir.

Eles chamam isso de diversao.

Hoje devo sair novamente, eh a primeira vez q passo 1 final de semana inteiro em uma cidade.

PS: Ainda sobre a cultura. Os caras ontem estavam usando uma especie de bolsa, como a dos hippies. Acho q guardam documentos nela. Aqui isso eh moda.

No meu quarto tinha um africano bem estranho. O cara, pelo q contou tem um filho com uma mulher daqui. Ele ontem nao dormiu no quarto. E segundo os peruanos ele esteve convesando com um italiano mais velho. Bastante suspeito.

Alias, um dos peruanos eh a cara do Ross Geller de Friends, vou ver se tiro uma foto hoje !

Dia 26: Mais um dia de burocracia

O voo era as 11:30 ou seja, tive de acordar cedo e seguir para o aeroporto. Nada de anormal, chegada tranquila a Riga. Surgiu uma duvida, que lingua eles falam na Letonia ? Acho q eh o Letao.

A moeda aqui tem uma cotacao q faz a unidade valer mais que o euro, o que causa sensacoes diversas, como por exemplo comer com 5 Lats um mega prato na comida a peso. Da a falsa sensacao de se estar gastado pouco. Pq eh so a sensacao mesmo.

Cheguei bem cansado e resolvi descansar um pouco. O albergue fica de frente para o rio da cidade, e eh bem localizado. Aqui ta fazendo um friozinho, eh o lugar mais frio ate o momento, e acho q na Estonia vai estar mais frio.

A populacao aqui eh bem dividida entre Letoes e Russos. Tem mtos aqui depois da ocupacao por tanto tempo. Ate agora o q mais me chamou a atencao eh a qtdade de pessoas de olho claro. Eh raro ver alguem q nao tenha o olho azul. Incrivel.

A noite jantei num restaurante tipico, mto bom. Comi frango com gergelim, casher novamente, molho de cogumelos e alguns peixes defumados de entrada. Estava tudo muito gostoso.

Hoje vou conhecer a cidade e inclusive vou ao passeio do bunker. Ontem a noite saimos, mas achei o lugar mto, mto estranho. Foi talvez o lugar q eu menos me senti comodo em termos de festas. Parecia q o clube estava dividido, cheio de russos mal encarados (eu suponho q sejam russos), e uma qtdade enorme de segurancas por pessoa.

Dias de viagem normalmente sao dificeis. Mas a cidade eh pequena e eu reservei um bom tempo pra ca.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Dia 25: Varsovia

Rotina de primeiro dia na cidade. Ou seja, acordar cedo e partir para os pontos historicos. Acordamos relativamente cedo pq ontem ainda tentamos encontrar um bar ou algo para fazer.

Fomos caminhando para o centro historico, passamos pela universidade, o castelo, a praca central e varias construcoes historicas. Varsovia tem uma particularidade, durante a 2 guerra ela foi destruida qse q por completo (85%). Depois da guerra houve um esforco para que ela fosse reconstruida.

A historia eh mais ou menos assim. Um rio divide a cidade, os alemao estavam na parte leste do rio, q tem a parte historica, os russos ficaram na parte oeste. A ideia dos russos era deixar que o exercito alemao aniquilasse os insurgentes antes de invadir. Entao eles esperaram pacificamente para depois liberar a cidade.

Nao preciso dizer q tanto alemaes como russos sao odiados aqui. Ninguem sabe dizer exatamente quem eh pior. Eles ficam divididos dependendo da origem, e da proximidade com cada pais.

Depois de visitar o castelo fomos almocar. Talvez tenha sido um dos pontos mais divertidos da viagem. Fomos a um restaurante tipico daqui. Vc vai ao balcao, pede o teu prato e eles te chamam para pegar. Pedi o pierog (tipico bolo de batata recheado) e trigo sarraceno novamente. Para beber borscht, q eh uma sopa de beterraba (dessa vez servido na caneca).

Veio arroz, gnochi (quem pediu isso?) e o borscht. Comi tudo mas pedi o pierog. A mulher entendeu mais ou menos, isso pq o Daniel havia pedido um molho para acompanhar a comida dele.

Um cara intercedeu e nos "ajudou". O molho veio na hora, mas o pierog nao. Levantei e pedi novamente. Ele pediu um nestea para beber, e aproveitei e pedi a ele que tambem me pedisse um strudel (torta de maca). A mulher me deu um suco tenebroso para beber. A conclusao eh q para comer o q eu queria tive de pedir praticamente todo o cardapio do local !

Esta valendo, ela tinha um cardapio em ingles, mas ela nao entendia ingles. E toda vez q pediamos ela ia comparar no cardapio dela em polones ! Ha ha ha ! Tem cada um q me aparece.

Depois andamos bastante pelo centro historico. Mas pelo q eu senti, Varsovia eh o novo, as grandes avenidades, o McDonalds de vidro ! O predio mais moderno q eu vi em um McDonalds.

Tentei achar as ruinas dos muros do gueto de Varsovia, mas foi impossivel. Depois fui a uma rua q ficou praticamente intacta desde a epoca do gueto, e ai sim deu pra ter uma ideia do aspecto.

Voltei para o albergue. Amanha parto para Riga, nos paises balticos. Isso sim eh o desconhecido. Mas la, darei tiros de AK47 num bunker russo. Nao tem como nao ser divertido !

Levi

Dia 24: Nowa Huta

Ontem, alem de ir a Auschwitz, eu tambem fui as minas de sal, proximo a Cracovia. As minas representaram grande parte da riqueza natural durante anos, e so foi desativada em 1996. Incrivel como essa mina rendeu riqueza para a Polonia. Varios reis a visitaram, assim como todos os dirigentes modernos.

Ela esta repleta de estatuas feitas no minerio que contem o sal. Essas pedras sao negras. Nao achei nada fascinante. Algumas camaras sao enormes, e inclusive existe uma igreja la dentro.

Ja hoje foi um dia bem interessante. Visitei o distrito de Nowa Huta. Esse distrito tem uma historia completamente particular.

Esse eh um bairro criado em 1949 na epoca do comunismo. Muito simbolismo e paranoia estao nele. O bairro foi criado para ser um bairro industrial. Industria de ferro e aco sao as principais. Nowa Huta significa nova grade fabrica.

A localizacao escolhida foi a parte leste em relacao a cidade de Cracovia. Ele foi construido perto de Cracovia pq essa cidade tem um historico intelectual forte e os comunistas acreditavam q se uma revolta ocorresse no pais, ela partiria dali.

No local onde a nova fabrica e o novo distrito seriam construidos ficavam inumeros vilarejos e fazendas. O governo teve de remove-los todos. O detalhe aqui eh que esse era o terreno mais fertil de toda a Polonia. Que jogada de mestre dos lideres comunistas !

Feita a remocao, era hora de construir a fabrica e a casa dos operarios. Os predios foram contruidos em grandes quarteiroes, com a parte interior cercada pelos predios. Dessa maneira o convivio social era implementado, porem, na verdade, esses grandes blocos possuiam no maximo 3 entradas. Era uma protecao contra possiveis ataques militares sofridos pela Polonia.

Debaixo de todo o novo distrito, um grande bunker, com ligacao entre todos os blocos e saidas em diversos pontos. No topo dos predios, pensamos que a decoracao faz imitar os antigos castelos medievais, mas atras de alguns desses muros, pontos para atiradores de elite.

No centro de todo o bairro uma estatua de Lenin (que ja nao esta mais no local, e na epoca do comunismo foi alvo de inumeros ataques). Um video num pequeno museu nos contou essa historia. Andamos um pouco mais e vimos um tanque na calcada, como se fosse um monumento, ao lado de um bloco de edificios. Esse tanque havia destruido 3 panzers, dentre outras mazelas.

Almocamos num restaurante tipico da epoca comunista. Achei mto interessante pq a decoracao era realmente dos anos 70. Eu pedi Pierog e Kasha, que nada mais eh do que Varenique (pastel de batata) e casher (trigo sarraceno), uma comida muito tipica judaica, q agora descubro ter origem nessa regiao aqui !

Conversando com o Adam descobri que a lingua tem 7 declinacoes. Ou seja, qdo na frase tem objeto direto vc flexiona o sujeito de uma maneira, qdo eh objeto indireto outra, qdo se refere a alguem uma terceira e assim ate somarem 7. E dizem q o portugues eh dificil...

Depois disso, trem para Varsovia, onde cheguei a noite.

Um abraco,


PS: Sem fotos pq o albergue eh concorrido e o pc linux... tudo indo contra....

terça-feira, 24 de junho de 2008

Dia 23: Auschwitz

Sofrimento.

Acordei as 7 da manha para ir a Auschwitz. A viagem comecava as 8. Durante um caminho foi exibido um filme de 50 minutos, com entrevista com um cinegafista russo que estava vivo na epoca da confeccao do video.

O conteudo do video era chocante, apesar de as imagens nao terem sido exploradas. Eu vivenciei o que era dito, nao o que era visto.

Os sovieticos tiveram o cuidado de registrar tudo o que era realizado no momento de sua chegada. Os nazistas destruiram grande parte das evidencias tentando encobrir o mais terrivel crime cometido pela humanidade.

A primeira reacao que eu tive qdo desci do onibus foi pensar em pedir ao presidente da Polonia que convide o presidente do Ira para visitar a fabrica da morte.

Auschwitz eh isso. A fabrica da morte. As pessoas eram tolidas dos direitos basicos nao podiam comer mais do que era permitido a roupa era a mesma para inverno ou calor nao havia privacidade na hora de ir ao banheiro eram tratadas como animais numeradas nao tinham um nome nao tinham origem pais e filhos separados maltratados mortos por diversao espancados por diversao encolhidos e reduzidos confinados. SEM RESPIRACAO.

Era assim que eles deviam se sentir, atropelados, como se estivessem correndo por milhas e milhas, sem respiracao. Cada pequena caminhada devia ser sentida como uma maratona. Criancas, deficientes, idosos. Nao importa. Tudo era mto absurdo. Os numeros eram absurdos e exorbitantes.

Dentes de ouro derretidos e enviados aos cofres nazistas. Cabelos raspados para virar tecido. Gordura virava sabonete. Tudo era aproveitado.

Sem dignidade e sem compaixao. Por um odio descontrolado. Aqueles que ousam negar o ocorrido, concordam com o acontecido.

Eh impossivel nao se chocar durante todo o tempo. Tudo mexe mto. Tudo eh marcante. Ver as condicoes, escutar. E Auschwitz atualmente tem grama e esta tudo limpo. Isso me disse a guia.

Fiz o trajeto inteiro de Kipa. Numa especie de revanche. De peito estufado. O museu eh mto detalhado. O passeio lotado de detalhes.

Celas de 1 metro quadrado onde 4 pessoas passavam ate 20 dias durante a noite, apos trabalhar de dia. Uma nacao inteira nao se pode calar diante de tamanha perversidade. Calar-se e alinhar-se. Se opor eh ser humano. Eh ter compaixao.

Nunca, jamais me calarei diante de qquer tipo de provocacao. Nao admitirei nenhum tipo de preconceito contra qquer um. Seja o q for.

Minha vida foi mudada. Ate agora veem flashes na minha cabeca, imagino e construo cenas. Todos devem conhecer esse lado da humanidade.

PS: Diferentemente dos outros posts, eu preferi nao contar os passos, mas relatar os meus sentimentos. As fotos deixei para o final apenas para ilustrar. As fotos nao dizem nada comparado ao que eu to tentando exprimir. As palavras sao poucas tambem.


segunda-feira, 23 de junho de 2008

Dia 22: Cracovia

Depois de dormir tarde posso dizer que dormi bem hoje. Acordei cedo para visitar os principais pontos da cidade. O dia nao comecou bem, ja de manha deixei um vidro que guardava cafe cair e sujei tudo. Todos me olharam com cara de espanto. Limpei tudo.

Ainda nao tinha falado do albergue, mas esse eh sem duvida o melhor q eu ja fiquei. Eles servem comida a noite de graca, na verdade eh um lanche. O cafe-da-manha tambem eh de graca. Na geladeira sorvete e vodka a vontade.

Lavanderia: de graca. Quartos bons e o staff eh mto prestativo. Alem de oferecerem passeios a excelentes precos. Sinceramente, o melhor ate agora. Superou o da Rep. Tcheca por muito. A localizacao tb eh mto boa. E eles tem diversos computadores, com internet gratuita.

Depois do episodio do cafe, arrumei minhas coisas e fui com o Daniel visitar a cidade. Comecamos pelo bairro judeu. Fiquei mto feliz de ver varias coisas escritas em hebraico na rua. Ate a grade do jardim era feita com temas judaicos. E mais, vai rolar um festival na cidade.



Visitei algumas sinagogas, alguns museus e o cemiterio. Uma das sinagogas era mto bonita, mas so pude tirar fotos por fora. Era a Velha Sinagoga.



Outro templo mto bonito permitiu que eu tirasse fotos, mas ele nao estava mais em uso. E ainda comprei Bisli (um boscoito israelense q nao como ha mto tempo) e um outro que sao uns quadradinhos de farinha para botar na sopa. Minha mae adora esse ultimo.



Depois comemos pelo bairro judeu mesmo. O prato escolhido foi o Chulent (preparado de feijao com carne - ou a feijoada judaica !) e pierog (uma especie de bolo de batata assado, no formato de um pao). De entrada, Gefilte Fish (bolinhos de peixe) com chrein (nao sei se a transliteracao esta correta, mas eh uma pasta de beterraba meio doce meio picante).

Comida saborosa mas nao se compara as de minhas avos que dominam o paladar da culinaria judaica !

Depois de rodar pelo bairro judeu, fui ao distrito do castelo, residencia dos antigos reis poloneses. Mto bonito o lugar, fortificado em cima de uma montanha. La dentro o palacio estava fechado. Mas visitei o lugar onde supostamente o heroi Krak (q da nome a cidade) matou um dragao. Visitei a catedral e subi a torre. Mais ostentacao e inumeros tumulos da realeza polonesa.


De la seguimos a praca central da cidade. La se encontra o mercado central, a torre do relogio, inumeros restaurantes. Nesse ponto, o tempo ja estava fechando. Resolvi entrar em um restaurante.



Pedi uma sopa chamada Borscht. Minha avo faz isso no formato de suco. Mas a sopa era de beterraba com beterra em dois estados, solido e liquido. Estava mto bom. La dentro vimos q entrar para comer havia sido a melhor ideia. Comeco a chover granizo. Um louco estava tomando banho de pedra sentado na praca.

Um ponto a parte daqui eh o nome da moeda. Em todos os lugares eu falo apenas banana para me referir ao dinheiro. Aqui nao ! O nome da moeda e Zlote. Eh impossivel nao lembrar dos Goonies e do personagem Slot, que adorava um chocolate. Obvio que aqui eu chamo o dinheiro de chocolate !

Ja ta tudo armado ate o final da viagem. Apenas preciso saber como e quando vou de Estocolmo para a Noruega. Ate Varsovia o Daniel ta fazendo o mesmo roteiro, depois sigo sozinho.

Ate mais galera !


domingo, 22 de junho de 2008

Dia 21: Suspiro final em Bucareste e a ida para Cracovia

Ontem a noite eu havia saido. Uma recepcionista do albergue me chamou pra sair com os amigos dela. Fomos primeiro a um bar q nao estava bom e depois a outro, q tb nao estava bom. Resolvi voltar para casa.

Perguntei antes a ela qto custaria um taxi dali para o albergue e ela falou 5 bananas romenas (eu nao decoro o nome de todas as moedas, apenas chamo de banana). Antes de entrar no taxi, perguntei qto custaria. Ele me falou 15. Eu falei, ok, entrei e mandei ligar o taximetro.

Que surpresa ! Deu 7 a corrida ! Paguei e sai feliz da vida por ser vivo com essas besteiras. Obvio q voltei de taxi, vou correr de cachorro novamente ?!?!?!

Acordei cedo, nesse albergue eu so tinha essa opcao. O quarto era de frente, um calor enorme e mto barulho tb. Acordei banhado em suor (parodiando a letra dos engenheiros do Hawaii). Tomei um banho e fui para o museu sinagoga.

Foi dificil achar o museu. Os caras tem 2 ruas, uma cruzando a outra, com o mesmo nome. Incrivel como tiveram a capacidade de complicar as coisas. Obviamente eh pegadinha pra pegar desatentos.

A sinagoga onde funciona o museu era sefaradi, ou seja, de influencia hispanica, e como sempre mto bem decorada. O interior era mto bonito. Para entrar, o porteiro me pediu o passaporte. Escreveu o nome do meu pai no papel e repetia Brasilia, Brasilia. Em Romeno eles poem o artigo no final do substantivo (acho q isso eh coisa de lingua eslava).

Depois de ter meus dados recolhidos, entrei na sinagoga e uma senhora comecou a me dar explicacoes. Chamou a minha atencao qdo ela mostrou fotos e falou q os judeus se vestiam como os romenos e que nao havia diferenca. Essa eh a maneira q ela encontrou para mostrar que nao havia justificativas para perseguicoes.


Todas as pessoas mais velhas tendem a usar isso como argumento. Eh incrivel. Eu por ser mais novo, penso de maneira diferente. Acho q DEVE existir diferencas sim. Mas devemos respeita-las.

Ela me contou q antes da 2 guerra mundial, 800.000 judeus viviam na Romenia, atualmente sao 10.500 (segundo o q me falou a mulher em Brasov) mas segundo ela eram menos. A Romenia comecou a guerra do lado de Hitler (por isso mataram tantos judeus na Romenia). Mas em 1942/3 ela viu que a Alemanha ia perder e mudou de lado. Eu nao gosto de vira-casacas. Acho uma atitude normalmente egoista e individualista. Viram q iam se dar mal e se juntaram ao lado vencedor, largando a sua ideia original.



Tendo visto o museu voltei para o albergue para tomar mais um banho. O calor estava realmente mto forte. Fui para o ponto esperar o onibus para o aeroporto. Ele demorou mto, entrei e coloquei as duas malas no colo. Ai comecou uma tortura. Um calor infernal, o onibus lotado e o tempo correndo.


Cheguei ensopado no aeroporto, atrasado. E como aquilo la era um labirinto demorei ate achar o Check-In. Os monitores diziam que o check-inn estava encerrado. Consegui despachar a mala e ainda escutei do cara q eu estava atrasado. Nao tem problema, consegui entrar.

No aeroporto, tive de tirar o cinto e a bota. Entrei no aviao, um jato da Embraer. Era a primeira vez que eu voava num aviao da Embraer. Serviram o prato de lanche e nele havia presunto. Isso me lembrou o ingles la de Budapeste que era "farmer".

Ele me disse que a carne de porco faz mto mal por ser tao parecida com a carne do homem. Ele justificou isso dizendo q alguns transplantes de orgaos de porcos sao feitos para homens. Acho que vale a pena ler um pouco mais a respeito. Parece fazer sentido.

Bom, cheguei a Polonia. Ja na entrada uma fila enorme para o controle de passaporte. Eu estava preocupado com o horario do voo. Depois dessa enorme fila, onde perdi no minimo 25 minutos, outra para passar pelo raio-x novamente. Nao da pra entender. Vim de outro aeroporto onde passei por isso e novamente o cara quer raio-x.

Na Romenia ja haviam aberto minha mochila e olhado detalhadamente o tripe da camera. Aqui novamente tirei as botas e cinto. Sai correndo para o portao. Que surpresa o voo atrasou mais de 1 hora.

Cheguei tranquilamente ao hostel em Cracovia. Ja deu pra ver q a cidade eh MTO bonita. A galera tb ! No quarto conheci um brasileiro, Daniel tb. Do Rio, procurador do estado. Eles tem duas ferias de 30 dias ao ano. Esse Brasil realmente eh ridiculo, mas o cara ta certo, tem direito, usufrua.

Fui a um bar ver o jogo, comemorei a vitoria da Espanha (o primeiro time q eu tenho torcido que ganhou) e depois fomos a uma especie de discoteca. Como tb nao estava bom, fui dormir.

Passando pelo relogio da cidade a noite, uma musica que eh tocada a cada hora estava sendo executada. Segundo a lenda, um corneteiro ao avisar da chegada de tropas inimigas, foi atingido por uma flechada e subitamente interrompeu a musica q era o aviso. Qdo chega essa parte na musica, atualmente, ela termina.

Amanha vou a Auschwitz e a mina de sal. Vai ser um dia cansativo, mas assim consigo adiantar em um dia minha ida a Varsovia e consequentemente minha ida a Riga, na Letonia !

sábado, 21 de junho de 2008

Dia 20: Mais transilvania - O Castelo de Sinaia

Eu gostei dessa parte da Romenia. As lendas e tudo acabam influenciando. Ontem como estava extremamente cansado, dormi para novamente acordar cedo hoje. Eu ja sabia o que ia fazer, entao ficou bem facil.



O plano era pegar o mesmo trem de ontem, ir a Sinaia, visitar um castelo lindo que tem la. Apesar de ser tao maneiro o guia nao falava dele.

O trem demorou bem menos dessa vez, apenas 1 hora e meia. Rapidamente cheguei a cidade, sem mapa e sem nada, mas nao tive maiores dificuldades. Sai da estacao, e sabia que tinha de subir a montanha para chegar a montanha. Fui caminhando com os outros turistas e rapidamente cheguei ao castelo.



Pela primeira vez vi um grupo enorme de israelenses. Nao eram tao novos. E logo atras um grupo enorme de americanos. Fui de carona com eles para o museu. No inicio duvida entre pagar ou nao para bater fotos. Acabei pagando.



Nao me arrependi nem um pouco. O castelo eh lindo e tem mtos detalhes. Cada parede interna eh realmente mto bem decorada. Tudo em madeira bem trabalhada. Varios quadros tambem mto bonitos, esculturas em bronze, marmore.



A lareira em marmore de carrara era mto legal tb. Eu fiquei impressionado com o nivel de detalhes e provavelmente foi o lugar que eu mais tirei fotos na viagem. Cada detalhe minimo merecia inumeras fotos. Tanto por fora qto por dentro o castelo era MTO legal.



Tinha uma colecao de armar tambem mto legal. Armaduras, armaduras de cavalo, lancas, machados, revolveres e o que mais se pensar. Eu percebi que as vendas de turistas aqui expoe diversos tipos de lancas. Eu queria levar uma dessas para o Brasil. A unica chance eh compra-la na Noruega e despachar de alguma maneira na mala.


O castelo tinha sala para leitura, para musica, um pequeno teatro, sala para expor a colecao de armas, e ate uma sala para fumar narguila.

O passeio hoje foi curto, voltei de trem e as 15:00 ja estava de volta em Bucareste. Tinha burocracia para fazer, tal como lavar roupa, arrumar a mala e outras coisas. Incrivel como o mercado nao estava aberto as 17 da tarde.

Uma coisa que percebi na Bulgaria e na Romenia eh uma quantidade enorme de cassinos por todos os lados. No minimo mto curioso.

Amanha quero visitar o museu judaico e depois tenho voo. Quero conferir as coisas antes de sair hoje.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Dia 19: Transilvania

O homem eh movido pela curiosidade. Por isso eu fui a Transilvania.

Especificamente hoje eu fui a uma cidade chamada Brasov e fui ao Bran Castle (nada que ver com o Dracula).

Ontem eu havia saido com a rapaziada aqui para ir a um bar. Saimos tarde, e no bar resolvi voltar pro albergue pra dormir. Eu ia levantar cedo hoje. Na volta, acabei me perdendo pq o mapa q eu tinha levado nao era completo.

Lendo o meu guia, eu tinha notado algo estranho. O guia comentava que em Bucareste havia quase 20.000 cachorros soltos na rua, sem dono. E mais, eles eram raivosos e atacavam as pessoas.

Eis que estou perdido, nessa regiao residencial e me dou conta de que varios cachorros "tomam conta" de varias partes, realmente defendendo o seu territorio. Eu perdido, sendo olhado e encarado por cachorros. Comecei primeiro a mandar calarem a boca, sempre fazendo "sh." Em determinado momento, alguns comecaram a me seguir, eu encarei, depois eram mtos, comecei a correr ! ! ! ! Foi mto engracado !

Bom, cheguei ao albergue sem ter sido mordido, felizmente. Acordar as 6 foi impossivel, mas consegui faze-lo as 7. Estava bem quente o que me ajudou a acordar. Tomei um banho e fui pra estacao de trem. O trem saia as 8:30. Levou 3 horas ate Brasov.

O caminho foi espetacular. Cortamos os carpatos, a paisagem era mto legal. Algumas montanhas tinham um pouco de neve no topo. A sensacao era mto legal de estar indo pra transilvania.

Cheguei a Brasov, fui para o local de informacao, peguei um mapa, e fui a um restaurante para almocar e aproveitar para me planejar. Na cidade eu visitei a igreja Preta. Ela tem esse nome pq os austriacos a queimaram, e do lado de fora ela ficou dessa cor. La dentro uma orquestra estava ensaiando. Essa viagem ta me mudando de varias maneiras, algumas ja vejo na hora. No Rio vou tentar a ir a alguns concertos, eh mto legal ao vivo.




Depois dessa igreja visitei a sinagoga. Linda, sefaradi. Conversei com a mulher, tentando ver se ela conhece a vila ou cidade da qual parte da minha familia veio, se chama Sukuron. Ela nunca tinha ouvido falar. Isso vai ser algo dificil de conseguir informacao.


Visitei os antigos portoes da cidade, dois bastioes, o mercado antigo, e a antiga prefeitura. Os predios eram mto legais, e ficavam relativamente proximos da praca central. Onde eu ja havia comido.


Resolvi ir visitar o castelo de Bran, que fica na localidade de mesmo nome. Eu precisei pegar um onibus ate a estacao e outro onibus ate Bran. Ontem conversando com a recepcionista do albergue perguntei onde estavam os ciganos, pq eu nao os tinha visto.



Na verdade, eu os tinha visto. Acontece q eles nao estao mais caracterizados. Estavam em sua maioria pedindo esmola (as mulheres). Mas como ontem perguntei, hoje comecei a prestar atencao.

Na estacao de trem havia mtos deles, escutando musica em alto volume, rindo alto, nao vi beberem. Eles estavam por todas as partes, e eram mto expansivos. O ponto alto foi na volta da Brasov pra Bucareste. Vi um socando uma mulher, no meio de um mte de outros deles, no outro lado da rua.

Eh inevitavel pensar que a educacao poderia mudar tudo isso. Por falar em educacao, duas coisas chamaram a atencao nos romenos. No transito eles buzinam MTO. Desde bem cedo.

Porem, sempre q eu tento me comunicar e alguem nao entende, logo alguem ve e me ajuda. Isso eh incrivel. Na estacao de trem comprando bilhetes, pedindo ajuda e o ponto alto foi qdo eu tentei pegar o onibus ja em Bucareste, pedi ajuda ao cara.

O onibus nao passava e ele perguntou se eu queria rachar um taxi. Ok, vamos la. O cara pagou o taxi. Isso pq ele adora o Brasil ! hahaha !

Essas viagens de um dia sao mto cansativas. Peguei um trem pra ir a Brasov, um onibus pra Bran, o onibus de volta de Bran e o trem de volta a Bucareste. Sai 7:30 da matina e cheguei 23:30. O trem da ida foi o melhor que ja peguei na europa. Moderno, pra qquer porta vc aperta um botao e ela abre e fecha sozinha.

Amanha devo visitar outra cidade medieval. Chamada Sinaia, eh no caminho pra Brasov, porem mais perto. Vai ser cansativo. O ultimo dia reservei para visitar o museu da comunidade judaica aqui. Sao 10.500 judeus na Romenia.